O meu Deus pode não ser o teu
- Filipa Barbosa
- 1 de jul.
- 2 min de leitura
Numa época em que cada vez mais sinto a necessidade de ver para lá do óbvio, de sentir tudo o que se passa à minha volta. De me conectar com a natureza, comigo mesma.
Dou por mim a questionar quem é o meu Deus , em que é que eu acredito e que mensagem faz mais sentido para mim ?
Desde cedo fui direcionada para a igreja católica , para nosso Sr Jesus Cristo , questiono-me se tivesse nascido numa família com uma orientação religiosa completamente diferente, ou simplesmente sem qualquer orientação nesse sentido. O que iria alterar na minha educação , na minha maneira de ver o mundo ou na minha maneira de lidar com o outro?
Eu sempre tive problemas com coisas que me são impostas, então na minha vida, quando vi tudo a desabar, eu não me agarrei na fé de nosso Sr. ,
muito pelo contrário. Eu questionei.
Se Deus existe porque mereço eu sofrer assim ?
Será que não me vê , que nem aos seus olhos eu existo ?
Então eu agarrei-me a mim mesma , à minha certeza de que a vida não podia ser só aquilo que me apresentavam , tinha de ser mais , não podia ser só dor.
Durante muitos anos vivi afastada da igreja, era eu por mim mesma , quase que como se eu dissesse ao mundo , já que nem Deus olha por mim, eu vou olhar, eu vou fazer .
E nesta tentativa de me conectar mais com Ele e comigo mesma, tenho apenas confiado, que sou amada, que sou vista , que há algo lá em cima que olha por mim e que me protege, vejo para lá do que está ao alcance do meu olhar e sinto as vibrações , as energias, as respostas e as perguntas que chegam e vão em segundos.
Como se tivesse de me esticar em pontas dos dedos dos pés , para as apanhar, as ideias, os pensamentos, os sentimentos, tudo o que nasce em mim e para mim.
O meu Deus não tem nome, nem forma, nem é meu mas partilho com quem quiser.
É materializado em palavras que me chegam e pensamentos que se dissipam , é o universo todo ou apenas uma estrela , é a vida para além da morte e a morte de quem não vive.
Não sei quem é o meu Deus , mas pode não ser igual ao teu. Não faz mal. Para mim a fé é igual.
E essa é a beleza, é muitas de nós confiarmos que não estamos sozinhas e que o nosso caminho nunca será só isto.
Este desabafo surgiu-me entre uma prece e outra, entre encontrar a minha paz e reconhecer a minha voz.
E antes que me esqueça quis partilhá-lo contigo.
Com amor
Filipa



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